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3 de mar. de 2013

BOTAFOGO 2x0 FLAMENGO_MUDANDO DE ARES

Os gols do Botafogo (detalhe para o golaço do Julio Cesar) - Lancenet

Opinião - Carlos Henrique


Amigos, em maio do ano passado eu fiz a postagem "Fugindo do Normal" na qual elencava os motivos para fazermos coisas diferentes para termos resultados diferentes.

Nós aqui, como torcedores e blogueiros, pouco podemos de fato fazer, mas sempre podemos arriscar algo. E hoje é um dia desses.

Para começar, a notícia que tenho é que Paret não poderá ir ao jogo, o que já é algo diferente. Em segundo lugar, estou com tudo planejado para ir com os filhos. Então é provável que tenhamos uma postagem dupla com "Paret na TV", e "Henrique fui ao jogo".

E vejam o que o Paret perdeu - Imagem Lancenet

Então, porque não fazer mais diferente ainda? Não fizemos postagem de pré-jogo durante a semana, então resolvi, à revelia do Paret, abrir a postagem do jogo logo de manhã, já deixando o espaço pronto para os amigos comentarem, e depois do jogo viremos aqui e editaremos com as impressões sobre a partida.

Esta mudança de hábito poderia indicar o motivo do título da postagem, que pode até ser mudado com o resultado da partida, mas não é. 

O que de fato aconteceu é que tendo que levar meu filho hoje cedo até o bairro de Piedade, resolvi passar no Engenhão e adiantar a compra dos ingressos. Cheguei cedo, por volta das 9 horas, e a bilheteria estava fechada. Resolvi caminhar.

Então pude notar a mudança de ares do bairro. Domingo de manhã, pessoas caminhando, fazendo sua corridinha, andando de bicicleta, crianças com skate, tudo isso no entorno do NOSSO ESTÁDIO. 

Fui observando as casas, muitas bastante envelhecidas, com o mesmo ar da minha infância, parecendo ser vizinhas da casa de Dom Casmurro no vizinho Engenho Novo (nem tão vizinho assim). O Engenhão começa a transformar o bairro, isto que constatei. Abro dois parenteses.

Primeiro, para falar o quanto aprecio a obra de Machado de Assis, e como descreve com perfeição o centro do Rio na infância e adolescência de Bentinho, e depois, infelizmente, deixa um pouco no ar os detalhes do bairro da maturidade e velhice do já então Dom Casmurro.

Segundo, para lembrar como ainda nos comentário d´O Globo, um certo urubu tentou ironizar uma dica minha de se deixar o carro no Norte Shopping, o que farei hoje, e ir a pé ao Engenhão. Alertava ele que o shopping ficava no Cachambi, e o estádio no Engenho de Dentro, e que por isso eu provavelmente nunca teria ido ao Engenhão e não conhecia nada do Rio de Janeiro. Na época comecei a achar que ele é que era de fora da cidade.

Pois bem, hoje caminhei, entrei numa feira livre, acho que na rua Benício de Abreu (bom sobrenome), comi um pastel com caldo de cana, caminhei até a rua José dos Reis, onde meu pais moraram antes de casarem, só que em outro trecho da rua, já em Inhaúma. Isto mesmo, Engenho de Dentro, Cachambi, Inhaúma, Pilares, Abolição, são todos bairros muito próximos, hoje mais divididos por conta da Suburbana e da Linha Amarela.

Passei em frente ao laboratório Laboris, antigo laboratório Maurício Vilela, logo ali, quase em frente à bilheteria do setor Norte. Neste laboratório minha mãe (tricolor) trabalhou quando solteira.

Finalmente, tentei ir até a rua da Abolição, onde um falecido tio, também tricolor, morou. Mas a mudança de ares é tão grande que me enrolei e retornei, pois o caminho significava seguir ao lado da nova alça de acesso à Linha Amarela e depois cruzar a via expressa. À distância, me pareceu existir uma passarela, mas achei que era hora de voltar. 

Retornei pela rua Afonso Ferreira, entrei na outra ponta da feira livre, onde ainda comprei melancia, fruta-do-conde e caquis, e retornei ao Engenhão. 

O estádio, e toda conjuntura econômica do país e da cidade, está mudando os ares da região.  Felizmente nosso Botafogo permitiu que ele não fosse mais um elefante branco para a cidade. Como este ciclo principal vai até 2016, com os Jogos Olímpicos, certamente até lá não teremos mais uma casmurrice pelo bairro. Várias casas estão modernizadas, há uma movimentação animada pelas ruas, sem se perder o agradável e irreverente ar de subúrbio carioca, que tanto adoro.

Até depois do jogo!






Olá amigos.

Enquanto o felizardo do Henrique e seus radiantes filhos não retornam daquela festa, vou eu aqui falando o que vi deste jogo e desta vez, começando pelos destaques.

- É incrível este Seedorf: num dia em que é quase um coadjuvante (a não ser pela bela escorada de bola no primeiro gol), ainda assim assombra, faz jogadas de craque e chama a atenção, fazendo do nosso time uma estrela em ascenção no futebol do país.

Seedorf desfila sua categoria no jogo - Lancenet
 
- E, justiça seja feita, o reclamado Fellype Dodoi, que devemos hoje chamar de Fellypão Gabriel, fez com que o time não dependesse tanto do Seedorf. Jogou muuuiito, mesmo com a fraqueza física se mostrando vez por outra.

- Nota abaixo da crítica para Andrezinho: entrou sem condições, não jogou nada e preocupa.

- Nota acima da crítica para 3 figuraças no jogo: Julio Cesar, Gabriel e Vitinho. Que golaço foi aquele, senhores? E que presença de espírito dos garotos da base no gol "fechando a tampa do caixão", hein?

- E há coisa boas que também acontecem ao Botafogo. Viram o que ocorreu na semana da decisão? Trocamos o lateral esquerdo Márcio Azevedo pelo LATERAL ESQUERDO Julio Cesar, certo Sr. Oswaldo? O cara é LE.

- Ufa, ufa hein? Até que enfim o sistema de TV mostrou um jogo do Botafogo. Será que se arrependeram pelo resultado, ou gostaram pelo espetáculo?



AGORA VAMOS AO JOGO

Começamos a todo vapor (no bom sentido.. rsrs), com o golaço do Julio Cesar, numa jogada em que deve também ser digna de nota a ajeitada do Seedorf, para que o nosso lateral pudesse sair jogando da forma que saiu. Pensei na hora deste gol, que as coisas devem mesmo ter mudado em General Severiano. O astral deve ser outro e a fase, decididamente, vai mudar. A bola, primeiramente na trave, perigava sempre sair em outros tempos. Hoje entrou para sacramentar a fase e marcar o jogaço.

Julio Cesar comemora o seu golaço - Lancenet

O gol saiu cedo mas a palhaçada também começou bem rápido. A despeito das reclamações da bola do Mattos com a mão, já aos 10 minutos de partida o Andrezinho foi derrubado (viu-se até no replay) mas foi o oponente quem ganhou a falta, e tome cartões amarelos para o nosso time. Felizmente, todos estavam ligados e ninguém praticou a segunda falta passível de expulsão. E no desespero, até verem que o chocolate se avizinhava, a TV fazia de tudo para influenciar o árbitro que veria os lances no intervalo, colocando lente de aumento em tudo o quanto é jogada a favor deles. No segundo tempo a farsa acabou.

Bem meus amigos, falar de um jogo destes, elogiado por adversários, TV, gente do lado de lá na mídia e até pelos pássaros das árvores da Lagoa, é dizer que fizemos um primeiro tempo absolutamente perfeito. Nada deu errado e o surpreendente Lucas foi um lateral de sonhos, que sabemos, não é mesmo.

Quando a partida se iniciou para a segunda etapa, vimos que o time deles partiu para cima mas a falta de objetividade nas jogadas que armavam era fruto apenas da firmeza na marcação do nosso time. O Marcelo Mattos é sim meio frágil em termos de músculos mas que atleta é esse meus amigos? Fantástico. Acabaram-se aqueles espaços gigantescos na marcação. E por fim, para que possamos deixar o espaço para que venha falar quem sabe e quem viu lá no campo (o Henrique que chega já já), digo que Oswaldo é teimoso mas aprende: escalou atletas experientes para sairem jogando, compactou o time (o segredo contra equipes rápidas) e deu um nó tático no adversário.

Todos estão de parabéns. Agora vamos aguardar o Henrique.



Aha, Uhu, urubu eu vim comer seu bolo.


Amigos, vi aquilo que já cansamos de falar: arrumadinho, jogando direito, com volante fazendo a marcação, somos muito melhores que este time do Flamengo.

Mudando de ares e fazendo diferente, li tudo, texto do Paret e comentários, e foi isso mesmo. Dominamos completamente o primeiro tempo, e o golaço do Júlio César facilitou muito o caminho. E com esse domínio todo no primeiro tempo nem precisamos de 3 jogadores: Jefferson ficou assistindo o jogo, Andrezinho perdido com a falta de ritmo e suas limitações próprias, e Seedorf, muito marcado e simplesmente mediano.

Com a contusão de Andrezinho, Oswaldo fez uma substituição que parecia covarde, tirando nosso meia e colocando o volante Gabriel. Mas achei muito inteligante, pois Gabriel entrava de volante, e dava-se liberdade ao Fellype Gabriel, que passou a jogar de meia. Considerando que Fellype estava em um ótimo dia já seria boa opção. Para  melhorar, Gabriel entrou com tudo, e dominou o meio defensivo do Botafogo, inclusive ajudando a incendiar a torcida por 3 vezes.

No segundo tempo Seedorf nos brindou com uma jogada maravilhosa. Ali, na nossa frente, pegou uma bola pressionada na nossa lateral direita, e com um chutão tipo isolada, acabou com a pressão. A bola viajou o campo, caindo perfeita para Lodeiro lá na ponta esquerda. Lançamento com cara de despretensioso, mas digno de um Gérson. Só isso já valia o ingresso, torcida aplaudiu, e todos próximos na arquibancada comentavam como com um único toque ele sabe brilhar.

A torcida não parou, e seguimos firmes até o fim. Dorival arriscou, colocou o time pra frente, Jefferson fez suas defesas, e nós perdemos nossos gols. Não ficamos apreensivos, mas era um jogo arriscado. Vitinho entrou e brilhou, mas também perdeu gols. No final, em um dos muitos contra-ataques Vitinho deixou o seu. Tomara que seja o gol para ele se acalmar, e passar a olhar mais o jogo.

Festa completa. Um gol no início e outro no final. E fiquei curioso pra saber se a TV mostrou a torcida do Fogão cantando "Parabéns pra você".

Espero que os ares mudem de fato. Para vencer Cariocão basta jogar bem 3 jogos. Neste nem fomos 100%, mas jogamos bem o suficiente para vencer categoricamente. Mais duas boas atuações, contra o Vasco e depois na final do Carioca, e o título vem. Mas em Brasileirão, Copa do Brasil e Sulamericana não é assim.

Agora é o momento de engrenar de vez.


Leia aqui como o Botafogo mudou o rumo da história do esporte no Brasil (e do futebol no mundo).
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