Você é nosso visitante nº_
marcador de visitas

A LENDA - clique na imagem e faça um tour pela gloriosa história do Botafogo

12 de out. de 2013

VENCENDO O CANSAÇO


Amigos,


Está aí. Passei por cima do cansaço, e peguei hoje o meu ingresso para o jogo de amanhã. Cabem duas explicações:


- primeiro, é meia-entrada porque sou Sócio-Torcedor na modalidade Sem Fronteiras. Muitos podem estranhar, por ser um plano tipicamente para quem mora fora do estado, mas ele me atende bem. Pago 25 reais por mês tendo direito a meia-entrada em alguns setores. Para mim pareceu melhor do que pagar 50 reais e ter entrada para só um setor, isto porque eventualmente vou com outras pessoas, meu pai, o amigo que foi na final do estadual em Volta Redonda, o pessoal do trabalho, e o Paret, e cada um tem sua preferência de local, tanto no Maraca como antes, no Engenhão.

- segundo, é sobre este cansaço, na verdade consequência de uma gripe pesada, ela mesma consequência de exageros cometidos por quem já se aproxima dos 50 anos... uma ida a escola de samba num sábado, uma festa de bodas de prata na outra sexta, o Rock in Rio no domingo, e um jogo do Botafogo, contra este mesmo Flamengo, na quarta, com vento e chuvisco. E pronto, estou eu me arrastando a quase duas semanas, tendo faltado a jogos importantes, como contra Ponte e o Grêmio.

Mas superei esta fase, e estarei amanhã, quase firme e quase forte. Não será 100%, mas em condições de ver um Botafogo, também em recuperação, derrotar o Flamengo. É isto que todos esperamos.

Pois é, e já que falei em cansaço, e falei em Botafogo se recuperando, venho trazer nesta postagem uma avaliação que fiz. Tanto se falou da nossa queda de rendimento, do cansaço que o time está sofrendo, se tem ou não tem elenco, de como jogadores se mostram mal física e tecnicamente. Até o boato de briga no elenco, com turma do Seedorf e turma do Jefferson, coisa que saiu em rádios e blogs, e que eu ouvi inclusive de um colega de trabalho, que está sempre com o pai de um importante membro da comissão técnica, já foi justificativa.

Mas vendo e analisando o jogo contra o Náutico eu me convenci que é mesmo cansaço. O time está sofrendo muito com isso. Mas porque o Botafogo mais que os outros? Ou não estamos sofrendo mais? Bem, nossos números, a queda de rendimento e pontuação é algo claro. O Paret apontou como o fim do tic-tac, que ficou "manjado", marcável. E lembrei de como o Brasil acabou com o tic-tac da seleção espanhola na final da Copa das Confederações. Forcem a memória, vejam como aquele jogo foi semelhante em tudo à nossa derrota para o Cruzeiro. Claro, não comparo o Cruzeiro à seleção brasileira, e nem o Botafogo à espanhola. É uma comparação somente de estilos, e de força relativa.

Este foi o primeiro estalo. O tic-tac não está morto, mas é marcável sim, mas exige uma dose de sorte e muito, mas muito esforço. O segundo estalo ocorreu também no jogo contra o Náutico, o Botafogo trocava passes, mas ninguém se deslocava! Eu pensei: "caraca, isso parece Totó, os jogadores presos e só a bola rola". Mas marcar isso exige desgaste do adversário, e muitos não conseguem, e é aí que vencemos.

E o nosso cansaço? Vem deste tipo de jogo, que funcionou melhor com o Náutico porque o passe do Seedorf entrou (0 erros), até mesmo porque a marcação tinha dificuldade de chegar junto. Outro fator foram as viradas de bola precisas de Renato. Bola pingando de pé em pé, lado do campo congestionava, e ia lá o Renato virar para o outro lado. E o adversário tendo que correr e se reposicionar. Desgaste e mais desgaste.

Quem teve paciência de ler até aqui  e refletiu já deve ter chegado à mesma conclusão que eu: ora, este futebol cansa mais o adversário do que ao Botafogo. Verdade, mas cansa os dois! E se é isso mesmo, qual a conclusão? Nossos adversários saem desgastados de jogos contra nós. Foi a partir desta tese que fui fazer um levantamento que pudesse comprová-la, e minha ideia foi simples, a pergunta que pode comprovar a tese se resume a:

QUAL O DESEMPENHO DOS NOSSOS ADVERSÁRIOS NO JOGO SEGUINTE AO QUE FIZERAM CONOSCO?

Fui pesquisar, catei a tabela do campeonato todo, seguindo a conta oficial rodada após rodada, o resultado é este:

Jogo rodada x      - Jogo rodada x+1  - pontos obtidos

Corinthians 1 x 1  – Goiás 1 x 1       - 1
2 x 1 Santos       – 1 x 1 Grêmio      – 1
2 x 1 Cruzeiro     – 1 x 0 Corinthians – 3
Bahia 2 x 1        – Vasco 1 x 1       – 1
Ponte 0 x 2        – Náutico 1 x 3     – 3 **
1 x 0 Flu          – 2 x 3 Inter       – 0 *
Grêmio 2 x 1       – Criciúma 2 x 1    – 0 *
2 x 0 Náutico      – 3 x 0 Inter       – 3 *
Fla 1 x 1          – Bahia 3 x 0       – 0
2 x 0 Vitória      – 2 x 1 Portuguesa  – 3
Vasco 2 x 3        – 1 x 1 Ponte       – 1
CAM 2 x 2          – Náutico 0 x 0     – 1
1 x 1 Goiás        – 1 x 1 Fla         – 1
3 x 3 Inter        – 0 x 0 CAM         – 1
Portuguesa 1 x 3   – CAM 2 x 1         – 0 *
CAP 2 x 0          – Náutico 1 x 4     – 3 *
0 x 0 São Paulo    – 1 x 2 Criciúma    – 0
3 x 1 Coritiba     – 2 x 0 São Paulo   – 3
Criciúma 1 x 2     – Bahia 2 x 2       – 1
1 x 0 Corinthians  – 1 x 2 Goiás       – 0
Santos 1 x 2       – Grêmio 1 x 1      – 1
Cruzeiro 3 x 0     – Corinthians 0 x 0 – 1
1 x 2 Bahia        – 0 x 0 Vasco       – 1 *
0 x 1 Ponte        – 1 x 2 Náutico     – 0
Flu 1 x 1          – Inter 1 x 0       – 0
0 x 1 Grêmio       – 1 x 2 Criciúma    – 0
Náutico 1 x 3      - ?

Explicando a tabela. Na rodada 1 jogamos contra Corinthians, fora. Resultado Corinthians 1 x 1 Botafogo. Na rodada 2 o Corinthians jogou contra o Goiás, mando do Goiás, resultado, Goiás 1 x 1 Corinthians, nosso adversário marcou 1 ponto. Na segunda linha, a rodada 2 enfrentamos o Santos jogando em casa, Botafogo 2 x 1 Santos. Na rodada seguinte o jogo foi Santos 1 x 1 Grêmio, 1 ponto marcado pelo Santos. E assim vai, rodada a rodada a tabela.



Conclusão? Analisando as 27 rodadas podemos obter 26 jogos, pois o último, o Náutico, ainda não fez sua partida seguinte para vermos o que acontece.

Nessas 26 partidas seguintes, nossos adversários fizeram 29 pontos, ou um aproveitamento de 37%, sendo 6 vitórias, 11 empates e 9 derrotas. É um aproveitamento muito ruim, próximo ao da Ponte Preta, penúltimo colocado, quando deveríamos esperar algo mais próximo da média do campeonato, pois é uma pontuação onde todos clubes contribuem um pouco.

Estaria minha tese correta? Não sei, mas resolvi ir mais longe. As partidas marcadas com * são aquelas em que houve uma semana de intervalo, por conta de outras competições ou qualquer motivo. Ou seja, nesses casos nosso adversário teve uma semana para descansar, ou teve outro jogo fora do campeonato brasileiro, após jogar conosco. A partida marcada com ** ocorreu antes da para da Copa das Confederações, ou seja, o jogo seguinte foi um mês depois.

Então separando estes dois grupo de partidas, temos:

Jogos dos adversários com meia semana de intervalo
19 pontos em 19 partidas, ou 33% de aproveitamento - 3 vitórias, 10 empates, 6 derrotas

Jogos dos adversário com uma semana ou mais de intervalo
10 pontos em 7 partidas, ou 47% de aproveitamento – 3 vitórias, 1 empate, 3 derrotas

Se estou certo sobre o que está acontecendo, eu não sei. Mas é fato que nossos adversários estão tendo péssimo rendimento depois de jogar conosco. Isto é fato.

Então vamos vencer o cansaço, e cansar mais uma azeitona amanhã, para somar os 3 pontos que precisamos. A vice-liderança está logo ali... pertinho, podemos chegar nela amanhã mesmo.

Abraços.

11 comentários:

  1. Fala Henrique.

    Excelente. Duas coisas, a primeira o ingresso, o qual, pela distância, só pego mesmo na ida ao estádio (amanhã devo bater por lá ali por volta das 5 e meia da tarde) e a segunda, esta sua conclusão (haja números hein? Como odeio números, meu Deus.. hehe) de que nossos adversários costumam embicar ladeira abaixo depois que passam por nós.

    Olha olha que é algo que igualmente nos daria um enorme prazer hein, se é que (e claro que sim) você e todos me entendem.. hehehehe.

    Paret.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grande Paret!

      Eu preferi pegar de véspera, era um motivo para sair e dar uma passada em Gen Severiano e consultar algumas coisas... e também para almoçar fora, já que a patroa está fora.

      Sobre os números, nem tanto, o trabalho foi fazer a busca na tabela, olhando os cruzamentos e resultados. Ainda pode haver inconsistência por conta de jogos adiados e/ou adiantados, mas deixei isso fora.

      Acho que a pesquisa não é suficiente para provar, mas observando os jogos e o que vem acontecendo, estou acreditando que é isso. Viramos O Adversário, o pessoal já sabe como parar o time, mas para isso precisa correr, correr muito. Daí, na partida seguinte, extenuados e mais relaxados acabam entregando a rapadura.

      Veja que os urubus estão vindo nesse ritmo para o jogo. Para eles é "A Partida!". Tem uma importância gigantesca, e devem correr tudo que puderem. Não sei como terminará, mas não duvido nada deles perderem o jogo seguinte com um passeio do adversário, que deve ser o Bahia.

      Abraços.

      Excluir
    2. É isso. Tendo ido, por exemplo, ao estádio no último fim de semana e analisado aquela partida contra o Grêmio nos seus detalhes, pude ver como, mesmo estando tão mal, somos mesmo um dos dois times a serem batidos neste campeonato: hoje, principalmente após a expulsão do garoto do Flu, os azuis tiveram o jogo nas mãos e não ampliaram o placar p/vencer unicamente devido à mediocridade do sistema tático/comissão técnica.

      Já no jogo contra nós, os azuis acharam aquele gol e depois, simplesmente, se esfalfelaram para tirar bolas da sua área.

      Paret.

      Excluir
    3. É, Paret.

      Infelizmente não tivemos a mesma sorte, e capacidade física do Cruzeiro. Mas isto por conta do esquema tático, que exigiria mais jogadores rodiziando.

      Agora, se temos a notícia ruim do Vitória vencendo, por outro lado, com 1 a 0 magro amanhã, voltamos a vice-liderança. Acho que sem dúvida merecemos isso.

      Abraços.

      Excluir
    4. Valeu.

      Vou sair um pouco daqui mas depois vc fala qual vai ser o seu setor.

      Amanhã eu não sei se vamos trocar de lado no Maraca como no jogo contra o Flu mas, de qualquer forma, vamos ver se temos como assistir na zoeira, que afinal deu sorte né? rsrsrs.

      Ao voltar à internet mais tarde eu venho ao blog para ler.

      Paret.

      Excluir
    5. Sul superior. Vamos do mesmo lado dos outros jogos.

      Abraços.

      Excluir
    6. Então a vitória é certa.

      Sempre deu certo ali e foi justamente nos dois jogaços do Hyuri.. hehehe.

      Paret.

      Excluir
  2. Interessante sua análise Henrique. Deveríamos aproveitar que a nossa maneira de jogar tende a cansar os adversários, sobretudo da segunda metade do 2º tempo em diante e matarmos os jogos. Conseguimos matar o jogo contra o Náutico, mas ao apagar das luzes e em outras partidas nos enrolamos ainda cedo e não fomos capazes de recuperação, ou por afobação ou por queda de rendimento mesmo. Falando em cansaço, alguns números de partidas realizadas por nossos atletas:
    - no Brasileiro (27 rodadas realizadas): Rafael Marques 27 jogos; Bolívar 25; Júlio César 25; Marcelo Mattos 25; Seedorf 24.
    - na temporada (55 jogos): Bolivar 48 partidas; Marcelo Mattos 47; Júlio Cesar 47 (em 5 começou no banco); Rafael Marques 45; Seedorf 45 (em 2 começou no banco).

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mas é uma tese, Cadré, e faz sentido e a análise é coerente com ela.

      Sobre finalizar, vale lembrar o sufoco de fim de jogo que demos em vários times, mas o problema que vejo é que nós cansamos também. E com essa sequência de jogos o cansaço acumula.

      Veja que no início quem acabava matando a partida era Vitinho, entrando no segundo tempo e com velocidade. Mais recente foi o Hyuri, mesmo entrando de início e sem ter passado por sequência de jogos.

      Contra alguns, como ficaram muito fechados, por exemplo Grêmio e São Paulo, não tivemos sorte de furar a retranca. Contra outros, como o Corinthians, achamos um gol no fim.

      Com este tipo de jogo, quando saímos na frente, fica bem mais fácil, o time adversário se abre, adianta a marcação, e abre espaços. Só que temos ou demorado a fazer o gol, ou tomado gol na frente, e nas raras vezes que abrimos o placar cedo, temos ficado sem pernas para aproveitar a vantagem.

      Outra questão é que este estilo de jogo tira um pouco do poder ofensivo, pois é um só atacante. E com Lodeiro e Seedorf chutando pouco de fora, e chutando mal, principalmente o Lodeiro, o nosso jogo caiu muito.

      Soluções? Por enquanto só vejo o rodízio de jogadores. Creio que hoje, no calor do estádio não conseguirei fazer uma leitura precisa do jogo.

      Abraços.

      Excluir
  3. Bom dia caríssimos Botafoguenses.

    Brilhante o seu editorial meu caro Henrique.

    Vc não ganha NADA para fazer isso, enquanto provavelmente tem gente lá na comissão técnica que ganha muito para não fazer NADA.

    Eu tenho uma opinião bem enraizada na minha mente sobre esta linha de pensamento com relação ao cansaço. Acho inclusive que uma grande parte da torcida estaria de acordo comigo.

    Se o problema é o cansaço então porque não abdicar de certas competições para que um objetivo muito maior e que nos dá muito mais lucro não se concretize, que é o Campeonato Brasileiro que não conquistamos a 18 anos.

    Já disseram aqui com relação ao Cruzeiro que ao se despedir da Copa do Brasil em um jogo em que não merecia perder contra o Flalido, subiu na tabela e está praticamente com a mão na taça do Brasileiro. Tudo é questão de planejamento, se vc tem um time em que a média de idade dos principais jogadores é muito alta como a nossa, então ou vc abdica de jogar a competição ou se prepara antecipadamente escolhendo os jogadores que farão o rodízio durante a mesma competição. Fora isso é este espetáculo ridículo que estamos vendo onde a bola começa a pesar 10 quilos e se quer conseguem dar um passe certo de dois metros.

    Se eu estiver errado aceito o contraditório.

    Um abraço a todos e bom domingo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É Luiz, mas temos que concordar que se não fosse pela perda de dinheiro imposta pela interdição do Engenhão talvez não tivéssemos perdido Jadson, Andrezinho, Fellype Gabriel e Vitinho. Com estes 4 jogadores, ou reposições equivalentes, nosso elenco poderia ter aguentado o tranco.

      Abraços.

      Excluir


Leia aqui como o Botafogo mudou o rumo da história do esporte no Brasil (e do futebol no mundo).
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Imagens Históricas - Por Luiz Fernando do BLOG